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sábado, 2 de novembro de 2019

O QUE É SUPERBACTÉRIA


                 Muitos homens nascem neste mundo para matar, outros para salvar vidas. 
              Com a descoberta da penicilina em 1928, Alexandre Fleming conseguiu salvar mais vidas do que todas as guerras conseguiram destruir. 
                Alexandre Fleming nasceu em 6 de agosto de 1881, em Lochfield, Escócia. Aos 13 anos se mudou para Londres, onde frequentou a escola politécnica. Durante muitos anos trabalhou como Office Boy até decidir tronar-se médico. matriculou-se na escola de Medicina de St. Mary que mais tarde tornou-se para te da Universidade de Londres. Na faculdade  teve excelente desempenho, recebendo inúmeras honras por seus estudos de fisiologia e medicina. 
           Após graduar-se tornou-se professor de bacteriologia na Universidade de Londres. Passava a maior parte do tempo no laboratório. Seu principal objetivo era identificar algumas substâncias para combater bactérias sem enfraquecer os mecanismo de auto-defesa do corpo. Em 1921 descobriu que as lágrimas, o muco nasal e as claras de ovos, continham uma substância semelhante que dissolvia algumas bactérias. Publicou vários artigos a respeito, mas não lhe deram importância. 
              Certo dia, em 1928, quando checava algumas culturas de bactérias estafilococos, em seu laboratório, uma delas chamou sua atenção; ela havia permanecido descoberta acidentalmente por vários dias e tinha sido contaminada por um esporo de fungo. Quando já ia lavar o prato percebeu que ao redor do fungo, os estafilococos haviam desaparecido completamente. Aprofundou as pesquisas e batizou a nova substância extraída do fungo com o nome de "penicilina". estava descoberto o remédio milagroso. 
            Como era época de guerra, a produção inicial de penicilina foi reservada exclusivamente para os militares em combate. Só em 1944 a penicilina foi disponibilizada para a população civil. 
              Em 1945, juntamente com Florey e Chain, compartilhou o Prêmio Nobel de Medicina. 
        O novo antibiótico passou a ser produzido em grande escala. Foi exatamente neste momento que entrou em cena a ganância humana para complicar tudo. 
         O subproduto gerado na produção de penicilina passou a ser utilizado na ração de animais e descobriu-se que os animais tratados com a nova ração cresciam mais rápido e não tinham infecções. Os gananciosos perceberam que ali estava uma nova "mina de ouro". O mundo todo passou a utilizar os novos métodos de alimentação animal. As consequências disso viriam muito mais tarde. 
           Os antibióticos fornecidos aos animais proporcionavam ganho de peso, pois além de controlar abscessos de fígado e outras infecções, evitavam o crescimento de microrganismos no sistema gastrointestinal, reduzindo a competição por nutrientes, entre eles os microrganismos e os hospedeiros. 
             A utilização de antibióticos como promotores de crescimento em animais de consumo humano levou ao aparecimento de linhagens resistentes a antibióticos na flora intestinal, que também contém bactérias patológicas com "Salmonela". Por meio das fezes ou pelo consumo de produtos de origem animal (carne, leite, ovos), uma parte das bactérias dissemina-se e coloniza o trato gastrointestinal de seres humanos. 
             As estruturas de alguns promotores de crescimento, como avoparcina, virginiamicina e avilamicina, são semelhantes às estruturas de antibióticos de última geração desenvolvidos para uso humano: vancomicina, pristinamicina e ziracina, respectivamente. Bactérias resistentes a esses antibióticos foram encontradas no trato gastrointestinal de aves e suínos.
            O uso de avoparcina como promotor de crescimento foi banido na Comunidade Européia porque sua utilização como aditivo foi associada ao aparecimento de Enterococia resistente à vancomicina em animais domésticos. 
               O uso de antibióticos como promotores de crescimento animal começou já nos anos 40 e teve seu auge na década seguinte, prolongando-se aos 70, 80 e ainda hoje são utilizados. A Organização Mundial de saúde considera seu uso um risco crescente para a saúde humana. 
              No Brasil, o uso de clortetraciclina, oxitetraciclina, penicilina e sulfonamidas sistêmicas para alimentação animal foi proibida pela portaria 193 de 12/05/1998. A avoparcina está proibida por tempo indeterminado, pela portaria 818-SVS/MS, de 16/10/1998. 
              Como não bastassem o consumo de alimentos com alto índice de antibióticos, os seres humanos passaram a utilizá-los como seus preferidos remédios de automedicação. 
               Ao utilizar antibióticos indiscriminadamente, os seres humanos passaram a matar as bactérias menos resistentes de seu organismo, deixando as mais resistentes e permitindo, assim, que estas se reproduzissem criando colônias de superbactérias. Quando usados em dose ou tempo menores do que o necessário, elas matam ou inibem o crescimento de uma parte das  bactérias presentes, permitindo que as mais resistentes se multipliquem. Já nos anos 40, Alexandre Fleming alertava para este perigo. 
           Hoje estas superbactérias viajam pelo mundo nas mais diversas embarcações. Em questão de horas elas atravessam os oceanos. 
          Neste momento uma SUPERBACTÉRIA DE TUBERCULOSE está circulando e matando milhares de pessoas ao redor do mundo. O problema está muito grave nas prisões, principalmente de Rússia. A tuberculose é transmitida facilmente por via aérea, principalmente em ambientes fechados, comum um avião, por exemplo. Daí a sua grande periculosidade. A mídia não está divulgando convenientemente este problema.
        No Brasil as primeiras superbactérias foram detectadas em 1996. Elas aparecem, principalmente,nas Unidades de Tratamento Intensivo - UTI. Nestes locais os pacientes enfraquecidos, com baixa defesa no organismo e assim facilitam a sua proliferação. 
               As grandes indústrias de medicamento não estão trabalhando, como deveriam, em pesquisas para combater as novas superbactérias que proliferam sem parar. Eles preferem investir em outros medicamentos que prolongam a vidas de pessoas idosas, que são sua principal fonte de lucros. É muito bom que haja pesquisa para prolongar a longevidade, mas é preciso voltar as atenções também para este problema que já dá sinal de alerta em todo o mundo. Realmente estamos muito próximos de uma grande epidemia como as que dizimaram populações inteiras na Idade Média. 
              Qualquer medicamento criado hoje terá de cumprir um longo caminho, até ser liberado pelo sistema de saúde para consumo humano, e isto não é interessante para quem quer lucro rápido. 
             Pouco adianta, entretanto, a descoberta de novas drogas se elas continuarem a ser usadas irresponsavelmente como foram os outros antibióticos. 
               Para a indústria farmacêutica o que interessa é o lucro e para elas é muito bom que os seres humanos continuem se automedicando. Basta dar um giro pelas grandes farmácias e drogarias para vermos idosos com carrinhos de compras cheios de remédios, como se estivessem em um supermercado. O dinheiro que gastariam para uma consulta com um bom médico vai automaticamente para os impostos do governo e para a caixa dos laboratórios industriais. Para eles isto é tudo o que interessa. Ninguém está interessado em curar os idosos, mas apenas mantê-los vivos - muitas vezes sentido dores terríveis -para que continuem comprando cada vez mais. 
             No Brasil, as pessoas estão tão acostumadas com a automedicação que em muitos bairros existe mais farmácias e drogarias do que supermercados e mercearias. Não adianta lei e nem campanhas se não houver educação. A educação é o caminho que levará à verdadeira conscientização. Este artigo, por exemplo, poucas pessoas terão acesso e muitas nem terão interesse até que o problema bata à sua porta. O resultado aparecerá nas filas de hospitais, postos de saúde e finalmente necrotérios. 
                Não tenho a menor dúvida de que estamos muito próximos de voltar à época em que as epidemias e pestes devastavam populações inteiras. 
                A sífilis, por exemplo, teria sido tão devastadora naquela época  quanto a AIDS é hoje, principalmente na África se não houvesse a penicilina. O EBOLA já devastou tribos inteiras na África e ninguém fala disso. 
         Novas superbactérias surgirão, e com elas virão doenças incuráveis que deixarão a humanidade em pânico e indefesa. Pense nisso e não se automedique. 
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