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domingo, 17 de novembro de 2019

CÉLEBRES DISCURSOS DE ABRAHAM LINCOLN



Discurso de posse na reeleição
                
                  "Meus concidadãos: Ao aparecer aqui pela segunda vez para prestar juramento como presidente, é menos propícia a ocasião para um grande discurso do que da primeira vez. 
               Parecia então conveniente e adequada uma exposição pormenorizada do plano a seguir. Agora, ao cabo de quatro de quatro anos, durante os quais se têm constantemente feito declarações públicas sobre todos os pontos da grande questão que ainda absorve a atenção e ocupa as energias da nação, pouca coisa nova se pode dizer. As vitórias de nossas armas de que principalmente tudo o mais depende, são tão conhecidas do público como de mim, e a todos, confio eu, parecem suficientemente satisfatórias e animadoras. São permitidas as mais levantadas esperanças para o futuro, mas não nos é lícito aventurar predições. 
          Há quatro anos, em ocasião análoga, todos os nossos pensamentos se concentravam ansiosamente na ameaça de uma guerra civil. Todos a temiam, todos procuravam evitá-la. Enquanto era aqui proferido o discurso presidencial em que eu procurava salvar a União sem guerra, agentes dos instrumentos estavam na cidade procurando destruí-la sem guerra, tentando dissolver a União, e dividir os efeitos por meio de negociações. Ambos os partidos condenavam a guerra;mas um deles queria antes a guerra que deixar a nação sobreviver, e o outro antes a guerra que deixá-la perecer; e a guerra veio. 
            Uma oitava parte da população era formada de escravos de cor não distribuídos igualmente pela União, mas localizados na sua região meridional. Esses escravos constituíam um interesse peculiar e poderoso. Todos sabiam que esse interesse era de algum modo a causa da guerra. Era para fortificar, perpetuar e estender esses interesses que os insurretos queriam desperdiçar a União pela guerra, ao passo que o governo não pretendia direito algum a fazer mais do que restringir mo alastramentos territorial da escravatura. 
            Nenhum dos partidos pensava que a guerra teria a magnitude ou a duração que já atingiu. Nenhum deles esperava que a causa do conflito cessaria com ela ou mesmo antes que o conflito cessasse. Cada um deles esperava o triunfo e um resultado menos fundamental e surpreendente. Ambos liam a mesma Bíblia e faziam preces ao mesmo Deus, e cada um invocava o seu auxílio contra o outro. Pode parecer estranho que alguém se atreva a pedir o auxílio de um Deus justo para arrancar o seu pão ao suor de outros homens. Mas não nos arvoremos em juízes das ações alheias para quer outros se não arvorem em nossos juízes. Não poderiam ser atendidas as preces de ambos. Nem uns nem outros foram completamente atendidos. O Todo Poderoso tem os seus próprios propósitos. "Ai do mundo pelos seus crimes, pois é inevitável que haja crimes; mas ai daqueles por quem sucedeu o crime". 
          Se nós supusermos que a escravidão que existe na América é um desses crimes que os desígnios de Deus exigem que se cometam, mas que tendo durado o tempo que lhe foi assinalado, Ele o quer agora fazer cessar e da ao Norte e Sul esta terrível guerra como castigo merecido pelos culpados, poderemos acaso discernir nisso uma negação daqueles divinos atributos que os crentes em um Deus vivo sempre lhe atribuem? 
           Esperamos confiantemente e pedimos com fervor que esta imensa calamidade da guerra depressa venha a ter um termo, mas entretanto, se a vontade de Deus é que ela continue até que desapareçam as riquezas acumuladas pelos escravos em duzentos e cinquenta anos de irrequieto labor, e até que cada gota de sangue vertido perla látego (chicote de corda)  seja resgatada por outra gota de sangue vertido pela espada, como se disse há trezentos anos, nem por isso havemos de deixar de dizer que os "juízes do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos". 
                Sem maldade para ninguém, com caridade para todos, firmamos no direito, tal qual Deus no-lo mostra, cumpre-nos continuar a esforçar por terminar a obra que levamos encetada, pensando as feridas da nação, cuidando dos que suportaram o peso da batalha, e das viúvas e órfãos, fazendo tudo quanto possa concorrer para estabelecer e tornar grata uma paz duradoura entre nós e com todas as nações." 
Este discuso foi proferido por Abraham Lincoln após sua reeleição. 

             ABRAHAM LINCOLN foi o décimo sexto Presidente dos Estados Unidos. Nasceu em Hardin  Country, Kentucky em 12 de fevereiro de 1809. Foi educado em escolas rústicas e durante a sua mocidade foi lavrador numa fazenda da família, caixeiro viajante, negociante e agente de vendas e locações de prédios. Estudou direito e começou a praticar política em Springfield, no Ilinóis. Teve assento na legislatura do estado de 1834 a 1842; foi membro liberal do Congresso Americano de 1847 a 1849 e em consequência da sua decidida oposição à escravatura ficou sendo considerado como o líder do Partido Republicano. A sua eleição à presidência em 1860 foi seguida da secessão dos estados do sul e a guerra civil que rebentou em 1861. Em 1862 publicou a sua famosa proclamação de emancipação; em 1864 foi reeleito por uma grande maioria contra McClelland, candidato do Partido Democrático, e estava estudando um plano de reforma da União, quando foi mortalmente ferido com um tiro pelo ator João Wilkes Booth, em Washington, a 14 de Abril de 1865. Morreu no dia seguinte. 


ORAÇÃO DE GETTYSBURG
Por Abraham Lincoln
        
Pronunciada em 3 de Julho de 1862, aniversário da decisiva batalha.

                  Há oitenta e sete anos os nossos pais estabeleceram neste continente uma nova nação concebida na liberdade e fundada no princípio de que todos os homens são iguais. 
                Agora estamos envolvidos em uma grande guerra civil e experimentamos se esta nação ou qualquer nação assim concebida e orientada pode durar muito. Encontramo-nos em um grande campo de batalha desta guerra, para consagrar uma parte dele e a servir de última morada àqueles que deram as vidas para quye a nação pudessde viver. É inteiramente justo e natural que assim procedamos. 
            Mas em um sentido mais lato (sentido) nós não podemos dar este terreno. os bravos, vivos ou  mortos, que lutaram aqui consagraram-no muito acima do nosso poder de dar ou retirar. O mundo pouco saberá e por pouco tempo recordará o que nós aqui dissermos, mas não esquecerá nunca os atos que eles aqui praticaram. A nós é que nos compete dedicarmo-nos aqui à grande obra que está diante de nós e tomaremos pelo exemplo desses venerados mortos mais ardentes dedicação à causa pela qual eles qui deram a mais completa prova de devoção, e prometamos-nos que os mortos não morreram em vão, que a nação terá, com a ajuda de Deus, uma nova vida de liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecerá da terra. Por Abraham Lincoln

Algumas frases que nos fazem pensar
  1. "Os revolucionários políticos parecem-se bastante com estes regadores das estradas e ruas, que podem fazer lama quando há sol, mas que não sabem fazer sol quando há lama" > Alexandre Dumas.
  2. "Nascer, lutar, sofrer - eis toda a vida!" > Gonçalves Dias. 
  3. "Abram as portas da verdade e a mentira; é a mentira que há de entrar primeiro". > Napoleão Bonaparte III. 
  4. "A minha vida ensinou-me que tenho muito a esquecer e muito de que me prdorem".    >Bismarck. 
  5. "O amor do povo pelo seu governante eleito perdurará o tempo que perdurar a sua glória" > Romeo Zanchett 
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