Total de visualizações de página

terça-feira, 5 de novembro de 2019

O MUNDO DOS INSETOS



O estudo que verão a seguir é um trabalho de muitos estudiosos ao longo de vários anos. Diversas formas e artimanhas foram utilizadas para melhor conhecer estes maravilhosos animaizinhos. Evidentemente que ainda não conhecemos tudo, mas, como desenvolvimento da ciência e pesquisa, aos poucos iremos conhecendo-os com maiores detalhes. 
                
             A terra polula dessas pequeninas criaturas multiformes. Ninguém sabe quantas espécies existem realmente, e cada ano se descobrem nada menos de 4.000 novas espécies. Os entomologistas (pessoas que estudas os insetos) acreditam que o número total de espécies talvez suba à casa dos milhões. 
           Dentro dessa enorme e interessante classe de animais desenvolveram-se inúmeras e estranhas formas, adaptadas à mais variadas condições de vida. Minúsculos insetos, altamente especializados, vivem na língua da mutuca. existem também insetos cuja vida é tão curta, que não tem boca nem estômago, pois não comem. Por mais diversificados que sejam uns dos outros, porém, os insetos apresentam certas características em comum. As belas mariposas com suas asas de graciosos desenhos parecem não ter qualquer semelhança com a pulga, do tamanho da cabeça de um alfinete, que vive oculta no pelo de um cachorro.  No fundo, entretanto, o mecanismo da vida é o mesmo nesses animais. 
                Insetos não tem ossos; tem o esqueleto na pele. Poderíamos dizer que, pela nossa vista, ele é voltado com o lado de dentro para fora (lado do avesso). As pernas são prolongamentos tubulares do arcabouço da pele-couraça. Dentro desse arcabouço encontram-se, bem protegidos, os nervos e os tecidos moles. Com tal estrutura a perna do inseto representa o mais sólido dispositivo de apoio possível num animal tão pequeno. Uma vez um cientista foi colocando minúsculos pesos em cima de um escaravelho, sucessivamente, até que finalmente ele ficou carregado oitocentas e cinquenta vezes o próprio peso, sem ceder. O homem pode carregar em média, um pouco mais de duas terças partes do seu próprio peso. 
                O arcabouço externo, forte e ao mesmo tempo elástico, dá aos insetos uma resistência deveras surpreendente. O monarca, uma borboleta tropical, que causa efeito quase tão incorpóreo como a paina carregada pelo vento, vence em seus voos distâncias de até 5.000 quilômetro e mais. 
                 Como a couraça de pele não é expansível, quando crescem os insetos são obrigados a mudar de pele de tempos em tempos. Fragmenta-se a casca córnea e dela sai o animalzinho. Com sua pele nova e delicada o inseto fica vulnerável e algum tempo desprovido de esqueleto. Para que a nova couraça aumente de tamanho, o inseto engole ar ou água, intumescendo-se. depois espera que a pele, então mais espaçosa, endureça. 
           No inseto o sangue não fui como no homem, dentro de um sistema de veias muito ramificado, mas satura o corpo e nele se infiltra através de uma artéria torácica. Onde se torna necessário uma pressão mais forte existe pequenos corações auxiliares com músculos vigorosos, que impele o sangue até os prolongamentos externos de finíssimos membros. Assim, uma estação de bombeamento especial na cabeça da barata provê de sangue as longas antenas. Nos insetos aquáticos, bombas adicionais asseguram uma circulação perfeita e ininterrupta nas pernas. 
              O inseto não tem pulmões e não respira pelo nariz e pela boca. Em vez disso, há um seus flancos fileiras de minúsculos buraquinhos, os orifícios respiratórios. Esses canalículos de ar desembocam no interior do corpo em duas traqueias principais, das quais partem centenas de finas ramificações que atravessam as partes do corpo. Dessa maneira o inseto é constantemente "arejado". Ele regula o fluxo de ar abrindo e fechando os canalículos. 
               Quando está em repouso, o inseto precisa de pouco oxigênio. Durante o voo, porém, tem de respirar com força, pois seu consumo de oxigênio aumenta de um momento para outro, tornando-se cinquenta vezes maior.  O suprimento suficiente é possibilitado pelo movimento das asas. Quando os músculos das asas se contraem, escapa-se quase todo o ardo corpo, e, quando se distendem, ar fresco penetra nos tubos.
                No corpo do inseto nenhuma parte visa tanto ao desenvolvimento da força, em sua construção, como a asa. A libélula, cujo corpo comprido é é sustentado por asas extremamente tênues, alcança uma velocidade de voo de 65 km/hora. O mosquito, após sugar sua vítima, sai voando com uma carga de sangue duas vezes maior do que o próprio peso. Nesse voo bate as asas mais de 3.000 vezes por segundo.
                Outras são as finalidades das forças não menos espantosos dos insetos privados de voo. A pulga do chão, por exemplo, dá saltos cem vezes mais altos do que o seu tamanho. Se o homem tivesse a força da pulga, poderia, em proporção, saltar por cima de altos edifícios. 
                O aspecto delicado e frágil do inseto é tão enganador como o fino tecido de aço de uma ponte pênsil. Ambos resistem a cargas imensas. Foram encerradas abelhas e borboletas dentro de tubos de vidro, extraindo-se com uma bomba todo o ar dos tubos e retirando-se desse modo, também toda a umidade do corpo dos insetos. Os aparentemente "frágeis" e pequenos prisioneiros continuaram vivos. Aguentaram até que os tubos foram quebrados pelo vácuo, explodindo-os subitamente á pressão atmosférica normal. Até um elefante morreria instantaneamente em tais condições. 
              O cérebro do inseto é pouco desenvolvido. Esses animaizinhos atravessam a vida graças a singulares sentidos, altamente desenvolvidos. Duas espécies de órgãos auditivos os tornam capazes de captar ruídos: pelos finos, que reagem a ondas sonoras, e películas que se assemelham ao tímpano do ouvido humano. Esses órgãos encontram-se em diversos pontos do corpo e estão sempre ajustados para determinados sons. Os grilos têm ouvidos nos joelhos, as cigarras na parte posterior do abdome. Um besouro nadador ouve com o peito. Conforme foi possível averiguar, há um gafanhoto na América que tem ouvido supersônico: percebe 45.000 vibrações por segundo, ao passo que a capacidade do homem chega no máximo a 20.000. Em geral muitos insetos ouvem também ruídos que o homem não mais consegue perceber. Acredita-se que quando para nós a natureza se acha imersa em profundo silêncio, ela continua reboando de verdadeiros coros de vozes de insetos, uma chamando, sedutoras, outras avisando. 
             O inseto vê com pequenos acelos situados na testa, com grandes olhos compostos, facetados, e, além disso, com uma espécie de olhos invisíveis, isto é com um sentido de luz, presente em todo o corpo. O inseto todo-trópico, com olhos completamente vedados, dirige-se infalivelmente para a luz; o inseto que teme a luz dirige-se infalivelmente para um lugar escuro. Ambos vêem efetivamente com a pele. 
             Com seus olhos facetados o inseto capta imagens compostas de muitas peças individuais. Pessoas dotadas de habilidade inventiva conseguiram tirar fotografias através de um olho de inseto. Essas fotos mostram o mundo na forma de um fino mosaico. Cada partícula foi reproduzida por uma faceta do olho. Ao todo resulta uma impressão semelhante à dum vitral de igreja. O olho da libélula, por exemplo, tem mais de 25.000 dessas facetas. 
               O inseto certamente reage de modo mais sensível às impressões de gosto e de cheiro. Ele pode tomar gosto com a boca, mas possui outros órgãos do paladar, de cujo modo e capacidade o homem dificilmente pode fazer uma ideia exata. As borboletas, por exemplo, não tem op sentido do gosto somente na boca, mas também nas pernas. É um verdadeiro milagre como os insetos descobrem vestígios, mesmo microscópios, de substâncias comestíveis. O máximo que o homem consegue perceber como "doce" é uma parte de açúcar em duzentas partes de água. Certas borboletas e mariposas descobrem a presença de açúcar mesmo numa diluição de uma parte em trezentas mil. 
                O mesmo se dá com o olfato. Para o inseto o mundo se compõe, em sua maior parte, de aromas estimulantes. existem mariposas que cheiram uma fêmea a muitos quilômetros de distância, com vento contrário. 
                Além disso, os insetos devem possuir ainda outros sentidos que nos são desconhecidos. para averiguar o modo como a barata descobre um pedacinho de carne escondido foram inutilizados, em animais experimentais, todos os órgãos dos sentidos conhecidos, revestindo-se depois seu corpo, pernas e antenas com goma-laca, Ainda assim, os insetos encontraram o caminho para o tesouro escondido com infalível segurança. Nas maravilhas do mundo dos insetos está uma grande parcela de imenso segredo da vida. 

PARA LER O LIVROS DESDE O INÍCIO 
clique no link abaixo 
          



Nenhum comentário:

Postar um comentário