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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O ESTADO DO VATICANO E SUAS LEIS.


               O territória do estado do Vaticano mede menos de meio quilômetro quadrado )0,44 Km².  É 140 vezes menor que a menor república do mundo, a de San Marino. A superfície da Basílica te 15 mil m², a do Palácio Apostólico mé de 55 mil m². A largura máxima do território chega somente a 1.045 metros. Têm 20 pátios e cerca de mil habitantes de uma 15 nacionalidades diferentes.  Há cerca de 1.400 moradores e cerca de 200 automóveis levam a chapa SCV (Stato de la Cittá del Vaticano). 
          O Vaticano, sede oficial da Igreja Católica Apostólica Romana, é o menor estado independente do mundo, um Estado dentro de uma cidade, Roma. É uma situação estranha no mundo atual, mas é mantido sem questionamentos, pois trata-se de uma enorme fonte de turismo, que também serve á cidade de Roma. 
                A primeira Basílica - seu centro espiritual - foi construído no século IV, por ordem do imperador romano Constantino, que, por interesse político,  se dizia convertido ao cristianismo.
               Houve uma época em que o Vaticano ficou quase todo abandonado - os papas residiam em Avingnon, na França. A sede do papado voltou ao seu local de origem só em 1377, com Gregório XI. Inicia-se, então, a sua ampliação e se enriquecem suas dependências com obras de artistas famosos. 
               No século XV, a Basílica construída por Constantino ameaçava ruir e o Papa Nicolau V mandou fazer uma nova, a de São Pedro, abrangendo, além da área da antiga catedral, a de um circo que o imperador calígula fizera construir nos primeiros anos da era cristã. Esta construção milionária deu origem ás famosas vendas de indulgências. Em 1515, para pagar a construção da igreja de São pedro, o Papa organiza, especialmente na Alemanha, a venda de indulgências plenárias que asseguravam aos compradores o perdão de seus pecados e das penas temporais por esses pecados. Quem pagasse estaria livre dos pecados já cometidos e também dos que eventualmente viessem a cometer, pois o céu já estaria garantido. Este foi o principal fato que causou a revolta de Martinho Lutero (1483 x 1546) criador da reforma do cristianismo, dando origem à igreja que leva seu nome, o protestantismo que congrega diversas seitas de cristãos. Esse fato, ao contrario do sonho de de Lutero, levou à enorme proliferação de igrejas protestantes em todo o mundo. Isso aconteceu porque se tornou muito fácil criar uma nova igreja. 
                  Na Idade Média, os papas governavam não apenas o Vaticano, mas toda a cidade de Roma - da qual o Vaticano já fazia parte - e além de boa porção da Itália. Chamou-se região dos estados Pontifícios. 
                Nos tempos modernos houve disputa entre o poder da Igreja e o do estado. Em 1871, quando a Itália completava sua unificação política, uma lei suspendeu o direito papal sobre os territórios além do Vaticano, propriamente dito. Na ocasião a igreja não aceitou essa imposição e o Papa passou a considerar-se como "prisioneiro do Vaticano". A questão só seria resolvida em 1929, com Mussolini e o "Tratado de Latrão", segundo o qual se firmam o "status" político, a inviolabilidade territorial do vaticano e a neutralidade política e militar do papa. Este exerce poderes absolutos em seu Estado, sendo que deixa o executivo ao governo civil.  A Itália sempre aceitou essa situação por compreender que a religiosidade é um fator muito importante para a estabilidade do Estado, além de ser uma grande atrativo turístico. 
                O poder da Igreja Católica tem diminuído, mas o cristianismo continua sendo a crença mais praticada em todo o mundo.  

As Leis do Estado do vaticano
Por tratar-se de um estado independente, a Cidade do Vaticano é regida por um estatuto com 20 artigos que estabelecem normas administrativas, a organização e a divisão do poder dentro da Instituição.
As leis da Cidade do Vaticano visam "garantir a liberdade da Sé Apostólica e assegurar a independência real e visível do pontífice no exercício da sua missão no mundo".  
Hoje o estado do Vaticano tornou-se uma "empresa multinacional" com investimentos nos mais diversos setores da atividade humana, entre eles os grandes investimento na indústria bélica, na produção de medicamentos puramente comerciais e altamente lucrativos, além de outros investimentos que me recuso a mencionar.  Isso nada tem a ver com as pregações do sábio Jesus de Nazaré. Essa situação tem criado muita corrupção e constantes escândalos financeiros que ficaram conhecidos com "Vatilics", além dos problemas com pedofilia em todo o mundo, e outros desvios de boa conduta praticados por seus membros mais poderosos. Uma religião muito rica que prega para um povo pobre é a maior contradição com os ensinamentos do humilde Jesus de Nazaré. A história dos Papas é repleta de luxúria, prostituição, orgias, corrupção, assassinatos, e todo o tipo de fraqueza humana. Felizmente o Papa Francisco está numa luta contínua pra sanear a Igreja. No mundo moderno está ficando muito difícil manter às escondidas aquilo que se passa nos bastidores da instituição. Realmente, o "único verdadeiro cristão foi Jesus Cristo". 
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            O documento, intitulado "A Nova Lei Fundamental da Cidade do vaticano", substitui o texto promulgado em 1929 pela Papa Pio 11. 
              As leis da Cidade do Vaticano visam "garantir a liberdade da Sé Apostólica e assegurar ma independência real e visível do pontífice no exercício da sua missão no mundo".

Artigo 1º
  1. O Sumo Pontífice, Soberano do estado da Cidade do vaticano, tem a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judicial. 
  2. Durante o período da Sede vacante, os mesmos poderes pertencem ao Colégio dos Cardeais, o qual todavia poderá emanar disposições legislativas só em caso de urgência e com eficácia limitada ao período de vacância, e não ser que elas sejam confirmadas pelo sumo pontífice sucessivamente eleito segundo a norma da lei canônica. 

Artigo 2º
  1. A representação do estado nas relações com os Estados estrangeiros e com os outros sujeitos de direito internacional, para as relações diplomáticas e a conclusão dos tratados, pé reservada ao sumo pontífice, que exerce por meio da Secretária de Estado. 
Artigo 3º
  1. O poder legislativo, exceto os casos em que o sumo pontífice e deseje reservar para si ou para outras instâncias, é exercido por uma comissão composta por um cardeal presidente e por outros cardeais, todos nomeados pelo sumo pontífice por um quinquênio.
  2. Em caso de ausência ou de impedimento do presidente, a comissão é presidida pelo primeiro dos cardeais membros. 
  3. As assembleias da Comissão são convocadas e presididas pelo presidente e nela participam, com voto consultivo, o secretário-geral e o vice-presidente-geral. 
Artigo 4º

  1. A comissão exerce o seu poder dentro dos limites da lei sobre as fontes do direito, segundo as disposições a seguir indicadas e o próprio regulamento. 
  2. Para a elaboração dos projetos de lei, a comissão serve-se da colaboração dos conselheiros do Estado, de outros peritos e dos organismos da Santa Sé e do Estado a que ela possa dizer respeito. 
  3. Os projetos de lei são previamente submetidos, através da Secretaria de Estado, à consideração do sumo pontífice. 
Artigo 5º

  1. O poder executivo é exercido pelo presidente da comissão. em conformidade com a presente lei e com as outras disposições normativas vigentes. 
  2. No exercício deste poder o presidente é coadjuvado pelo secretário-geral e pelo vice-secretário-geral. 
  3. As questões de maior importância são submetidas pelo presidente ao exame da comissão. 
Artigo 6º

  1. Nas Matérias de maior importância procede-se em sintonia com a secretaria de Estado. 
Artigo 7º 

  1. O presidente da comissão pode emanar disposições, em atuação de normas legislativas e regulamentares.
  2. Em casos de urgente necessidade, ele pode emanar disposições com força de lei, as quais, todavia, perdem eficácia se não forem confirmadas pela comissão no prazo de noventa dias. 
  3. O poder de menar regulamentos gerais está reservado á comissão. 
Artigo 8º

  1. Sem alterar quanto é disposto nos Artigos 2 e 2, o presidente da comissão representa o estado. 
  2. Ele pode delegar a representação legal ao secretário-geral no que se refere à atividade ordinária administrativa.
Artigo 9º

  1. O secretário-geral coadjuva nas suas funções o presidente da comissão. Segundo  as modalidades indicadas na Lei e sob as diretrizes do presidente da comissão, ele: 


  • a) superintende à aplicação das leis e das outras disposições normativas e à atuação das decisões e das diretrizes do presidente da comissão; 
b) superintende á atividade administrativa do governatorato e coordena as funções das várias direções. 
     2 Em caso de ausência ou impedimento, o presidente da comissão, exceto no que está exposto no artigo 7, nº 2.

Artigo 10º


  1. O vice-secretário-geral, de acordo com o secretário-geral, superintende à atividade de preparação e redação dos atos e da correspondência e desempenha as outras funções que lhe são atribuídas. 
  2. Substitui o secretário-geral em caso de sua ausência ou impedimento.
Artigo 11º
  1. Para a predisposição e o exame dos balanços e para outros assuntos de ordem geral que digam respeito ao pessoal e á atividade do estado, o presidente da comissão é assistido pelo Conselho dos Diretores, por ele periodicamente convocado e presidido. 
  2. Nele participam também o secretário-geral e o vice-secretário-geral.
Artigo 12º 
           O orçamento e o balanço do estado, depois da aprovação por parte da comissão, são submetidos ao sumo pontífice através da Secretaria de Estado. 

Artigo 13º
  1. O conselheiro-geral e os conselheiros do estado, nomeados pelo sumo pontífice por um quinquênio, prestam a sua assistência na elaboração das leis e noutras matérias de particular importância. 
  2. Os conselheiros podem ser consultados que individual quer colegiadamente. 
  3. O conselheiro-geral preside às reuniões dos conselheiros; exerce de igual modo funções de coordenação e de representação do estado, segundo as indicações do presidente da comissão. 
Artigo 14º
  O presidente da comissão, além de se servir do Corpo de Vigilância, para fins de segurança e da polícia pode requerer a assistência da Guarda Suíça Pontifícia. 

Artigo 15º 
  1. O poder judiciário é exercido, em nome do Sumo Pontífice, pelos órgãos constituídos segundo a organização do estado. 
  2. A competência de cada órgão é regulada pela lei. 
  3. Os atos jurisdicionais devem ser realizados dentro do território do estado. 
Artigo 16º
        Em qualquer causa civil ou penal e em qualquer estadio da mesma, o sumo pontífice pode definir a sua instrução e a decisão a uma instância particular, também com faculdade de pronunciar equitativamente e com exclusão de qualquer ulterior agravamento. 

Artigo 17º
  1. Em nada alterando quanto está disposto no artigo seguinte, quem quer que se considere lesado num direito próprio ou interesse legítimo por um ato administrativo pode propor recuo hierárquico, o que significa pedir justiça autoridade competente. 
  2. O recurso hierárquico exclui, na mesma matéria, a ação judiciária, a não ser que o Sumo Pontífice não o autorize no caso particular. 
Artigo 18º
  1. As controvérsias relativas à relação de trabalho entre empregados do estado e a Administração são da competência da Repartição do Trabalho da Sé Apostólica, segundo a norma do próprio estatuto. 
  2. Os recursos adversos às medidas disciplinares dispostas em relação aos empregados do estado podem ser propostos á Corte de Apelo, segundo as próprias normas. 
Artigo 19º
         A faculdade de conceder anistia, indulgência, perdão e graça está reservada ao sumo pontífice. 

Artigo 20º 
  1. A bandeira do Estado da Cidade do vaticano é constituída por dois campos divididos verticalmente, um amarelo aderente à haste e o outro branco, que tem em si a tiara com as chaves, tudo segundo o modelo que constitui o anexo A da presente Lei. 
  2. O brasão é constituído pela tiara com as chaves, segundo o modelo que forma o anexo B da presente Lei. 
  3. A chancela do estado tem no centro a tiara com as chaves e em redor as palavra "Stato della Cittá del Vaticano", segundo o modelo que forma o anexo C da presente lei. 
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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

COMO FOI INVENTADA A MÁQUINA DE ESCREVER



              A invenção da máquina de escrever mudou totalmente a história da humanidade. Como nasceu essa máquina que, em tempo relativamente breve, percorreu tanto caminho é o que iremos estudar agora. Como sempre acontece, em matéria de invenções, é difícil estabelecer, de maneira precisa, a propriedade da ideia. De qualquer maneira, um fato curioso é que, desde 1714, data de registro de uma patente do inglês Henry Mill para o engenho mecânico que permitia imprimir, por meio de alavancas, uma escrita sobre uma folha de papel, até quando uma análoga patente foi registrada em nome do italiano Pelegrino Turri (1803), a concepção das máquinas de escrever foi exclusivamente feita no sentido de ajudar aos cegos.  Sentado diante de algo, que poderia ser comparado ao velho cravo musical, o cego, levantando alavancas dotadas de letras tipográficas, conseguia, com bastante facilidade, formar, no papel, um pensamento. 
               Mas nos primeiros anos do século XIX, nasceu, contemporaneamente, em vários países, inclusive no Brasil, como veremos adiante, a ideia de que semelhante engenho poderia servir também para aqueles que enxergavam. Em 1829, o americano William Augustyin Burth obtinha a patente para um modelo seu de máquina de escrever, que ele denominou Typografh. Poucos anos depois, o francês Xavier Projean (1833) dava um passo à frente, inventando uma análoga (Ktypographe), na qual, porém, os martelinhos batiam, através de uma fita copiativa, sobre um cilindro central. O americano Charles Tu'urber, em 1843, modificou ainda a ideia, melhorando-a. 
                  Seguem-se outros inventores: Oliver T. Eddy (1850), J.B. Fairbankes (1850), Hughes (1850), Wheatstone (1851), Jones (1852) A. Ely Beach (1856), Samuel W, Francisa (1857), J.H.Cooper (1856), Henry Harger (1858, F.A. de May (1863) e John Pratt (1866). 
          Entretanto, até aquele momento, todas essas máquinas obedeciam a uma única caracterítica: cada letra era impressa após um movimento de teclado. Foi o italiano Giuseppe Ravizza, um advogado de Novara, o primeiro a idealizar uma máquina com teclado fixo e o movimento do carro em sentido longitudinal (enquanto o papel se movimentava em sentido vertical), o que constituíam verdadeiro progresso nesse campo. Para esse seu engenho (modelo), o governo da Sardenha entregava a Riviza uma patente que documentava a propriedade da ideia. Nos anos sucessivos, ele aperfeiçoou sua invenção, criando novos modelos, mais práticos. Mas ainda restava muito para resolver e Rivezza não o ignorava, a escrita invisível, porque os martelinhos batiam sempre no lado inferior do cilindro, pelo que era necessária, todas as vezes, levantar o carro para verificar o que estava escrito.  Diante disso, o genial advogado pôs mãos á obra, a fim de criar um novo tipo de máquina de escrever que eliminasse tal movimento. 
               Entrementes, outras patentes para máquinas de escrever, não muito diferente daquelas de Rivezza, tinham sido concedidas nos Estados Unidos. Um desses construtores, Cristóvão Latham Sholes, um jornalista e tipógrafo mais empreendedor que os demais, pensou em dirigir-ser a uns ricos armeiros, Irmãos Remington, de Ilion, Haekimor, Nova York, para auxílio financeiro. Os Remington, imediatamente, verificaram que as máquinas de escrever tinham um  belo futuro e, como a guerra civil já terminara, deixaram de fabricar espingardas e começaram a construir, ao lado das máquinas de costura, também máquinas de escrever. Corria o ano de 1867. Em 1874, aperfeiçoando o modelo de Sholes, um bom número de sólidas máquinas de escrever já havia saído das oficinas Remington, que compraram o invento por 12 mil dólares, quantia fabulosa para a época. 
           O primeiro a procurar inspiração no teclado do címbalo escrevente foi o Senhor Clemens, o autor das "aventuras de Tom Sawer", que nós todos conhecemos melhor sob om pseudônimo de Mark Twain. Em 1875, Twain escrevia á Sociedade Remington: "Rogo-lhes não contar a ninguém que possuo uma de suas máquinas. Escreveram-me de toda parte, perguntando como é feita e quais as vantagens que possuo em usá-la. Não gosto de escrever cartas e, por isso, desejo que ninguém saiba que estou usando esse estranho objeto".
                A curiosidade do público foi logo satisfeita. Durante a exposição de Filadélfia, em 1876, qualquer pessoa, pagando 25 centavos de dólares, podia ter o privilégio mde enviar uma mensagem ou uma saudação datilografada. Note-se que essa maravilha estava ainda com os caracteres quase invisíveis e somente com letras maiúsculas. 
                   A Remington adquiriu, no ano seguinte, o modelo de Ravizza (nº 12), e aperfeiçoou-o inserindo, num único martelinho, a letra maiúscula e a minúscula. 
                 A conquista do mercado foi lenta, mas definitiva, e a primeira e bastante aperfeiçoada Remington passou a ser justamente designada como "Antepassada de todas as máquinas de escrever". 
                Encorajado pelo lucro, continuou com as experiências de Rivezza, criou, finalmente, o seu modelo 16º, com escrita visível. Esta máquina, apresentada numa exposição, em 1883, representa, realmente, um marco importante na técnica datilográfica. 

Surge um inventor brasileiro
              O padre Francisco João de Azevedo nasceu em 814, na capital da Paraíba, hoje Jõao Pessoa. Estudou e ordenou-se em 1838 no Seminário de Olinda, em pernambuco, Onde se matricula em 1835. A seguir, dedicou-se ao magistério, tendo regido várias cadeiras, especialmente as de geometria, mecânica e desenho, no arsenal de guerra de pernambuco. Segundo afirma o notável professor Ataliba Nogueira, da Universidade de São Paulo, em sua obra Um invento Brasileiro, o Padre Azevedo, matemático, mecânico, taquígrafo e propulsor do ensino técnico, viveu a maior parte de sua laboriosa vida em recife, onde sempre pontificou nos domínios da física e da mecânica. Graças a seus estudos, e instado por amigos, apresentou, em 1861, para figurar entre os vários objetos da Exposição dos Produtos naturais, Agrícolas e Industriais das Províncias de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, inaugurada em 16 de novembro daquele ano, a máquina de escrever de sua invenção.
               Do catálogo desse certame constam os seguintes dizeres: "Expositor, o Padre Francisco João de Azevedo, número 67, Uma máquina de escrever. Foio mais procurado dos objetos da Exposição e certamente o mereceu pelo engenho com que está organizada. Eis aqui a sua descrição: "Representa e tem a configuração de uma espécie de plano pequenino, com um teclado dezesseis teclas, oito à direita e oito á esquerda. Logo que se comprime uma das teclas, que representa pequena alavanca, ergue-se, na extremidade dela, uma delgada haste, que tem na ponta superior uma letra esculpida em metal, em "alto-relevo", a qual vai encaixar-se com outra igual, esculpida em "baixo relevo", em uma chapa metálica fixa em cima dessas hastes. Uma tira de papel da largura de três dedos, pouco mais ou menos, e de um comprimento indefinido, passando por um movimento contínuo entre esta chapa e as hastes das letras, é por elas comprimida e recebe a impressão dessas últimas, que conserva inalterável. As letras que compões uma sílaba saem impressas no papel em uma mesma linha horizontal, ora juntas, ora separadas umas das outras, e o decifrador não tem outro trabalho mais do que ajuntar as diferentes sílabas para formar as palavras". 
           Segundo o emérito professor, que faz desfilar, em seu livro, uma longa lista de precursores, desde os primeiros idealizadores aos primeiros fabricantes de engenhos, que não escreviam, Francisco João Azevedo realizou a primeira máquina de escrever prática e industrializável. É, portanto, o verdadeiro e legítimo inventor da máquia de escrever. A Remington, apreciada doze anos depois da sua é, apenas, a primeira máquina de escrever industrializada. 
                 O primeiro material empregado pelo nosso patrício foi unicamente madeira, com tipos de impressão e fio de arame. A esse engenho, ele deu o nome de Mecanógrafo. Mais tarde, na exposição Geral do Império Brasileiro, inaugurada em 2 de dezembro de 1861, data natalícia do Imperador Dom Pedro II, o Padre Azevedo, recebeu das mãos de Sua Majestade Imperial, uma Medalha de ouro e, em 14 de março de 1862, uma Menção Honrosa. Cumpre notal que foi a única máquina de escrever apresentada na exposição. Doze anos depois, ou seja, em 1873, é que aparecem outros "inventores", baseados na modelo do padre Azevedo, que veio a falecer em 26 de Julho de 1880, em sua terra natal.  
                  Assim, tal como fizeram com santos Dumont, diz o professor Ataliba Nogueira, foi o Padre Francisco João de Azevedo esbulhado de seu invento. O autor refere-se, ainda, ao bacharel Jesuíno Antônio Ferreira de Almeida, de São Paulo, que obteve, por decreto nº 3.971, de 2 de setembro de 1887, privilégio por 10 anos, para usar, no império, de uma máquina de escrever de sua invenção. ""Era tão perfeita que escrevia um discurso em cinco minutos". 

As máquinas modernas
               A partir daquele momento, as patentes de registro para melhoramentos e modificações nas máquinas de escrever foram muitas. Cada país, cada fábrica, procurava superar os concorrentes com um modelo mais aperfeiçoado, que oferecia vantagens na precisão, maior facilidade de manobra e qualidades estéticas mais apreciáveis. os estados Unidos, a Inglaterra, a Alemanha, a Suíça, a Itália, a França e até o Japão, competem entre si para lançar no mercado as máquinas mais resistentes pelo preço mais conveniente. Mas, logicamente, os tipos tendem a padronizar-se,m a fim de evitar que alguém que aprendeu a escrever na máquina de uma determinada marca encontre dificuldade ao adquirir outra. 
                Chegou-se, assim, ao ano de 1900. os fabricantes compreendem que devem generalizar o emprego da máquina adaptando-a a todas as categorias sociais. Urgia orientar-se rumo a uma produção de modelos menos embaraçosos, mais simples e de fácil transporte. Nasceu, assim, a máquina de escritório portátil, leve e silenciosa. Em seguida é fabricada a primeira máquina acionada eletricamente, que tão útil se revelou em múltiplas aplicações. Assinalaremos ainda, as principais:automática e recalque, uma máquina de escrever  combinada com elementos de cálculo, que permite executar, ao mesmo tempo, escritas e cálculos; as máquinas estenográficas, a teletipo, que transmite e recebe escritas à distância, e a criptográfica, que traduz diretamente mensagens cifradas. estas máquinas obedecem ao princípio de telegrafia. 
               A máquina automática permite, ao invés, a realização de um elevado número de nítidos exemplares. 
                 A Varytiper possui a vantagem de poder contar os caracteres sobre uma chapinha móvel, facilmente substituível. Disso deriva a possibilidade de mudar rapidamente o tipo de caracteres e do alfabeto, o que é muito importante para escritórios que mantém relações internacionais. A própria máquina pode variar de espacejamentos e interlines com a máxima facilidade. os técnicos são de opinião unânime que a disposição das letras, no chamado teclado Universal, poderia ser tornada muito mais nacional, mas ninguém ainda ousou introduzir modificações nesta tradição, com receio de encontrar dificuldades nas vendas. Todavia, em algumas escolas, foram feitas tentativas para adestrar novas gerações de datilógrafos, habituando-os a uma nova disposição das letras, e isso parece ter dado ótimos resultados. 
                    Antigamente era dificultoso transportar as máquinas de escrever, dados o tamanho e o material empregado na fabricação, que era pesadíssimo. Depois foi feito o lançamento das máquinas portáteis que facilitou muito o trabalho de executivos , estudantes, enfim, do público em geral. Para escritórios, as máquinas elétricas de mesa foram muito utilizadas, pela rapidez e leveza do teclado. Hoje os computadores tomaram aquelas maravilhosas máquinas em objetos obsoletos.

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domingo, 24 de novembro de 2019

A HISTÓRIA DA IMPRENSA E SUA IMPORTÂNCIA



                 Graças á invenção dos caracteres móveis e do "prelo tipográfico", o homem rompeu o circulo em que se encontravam aprisionados suas ideias e seus parcos conhecimentos para entrar na luz do saber e da linguagem universal. Hoje a imprensa é real e máxima expressão do pensamento social. 
                Antigas loendas, transmitidas a nós através do tempos, atribuem ora a um ora a outro país da Europa a origem da imprensa, fazendo-a derivar de sinetes e moldes de ferro para imprimir figuras e palavras sobre pergaminhos, encadernados de couro e cartas de baralho, ou de imagens e manuscritos gravados sobre madeira. Mas tudo isso é apenas "impressão" e nada tem a ver com aquela arte que conseguiu, mediante o emprego de caracteres (letras móveis), compor e depois imprimir as palavras, os livros e os jornais. Sabe-se que o conhecimento desse processo já era, há séculos e séculos atrás, patrimônio do Oriente, e que da China a prática passou para o Japão. Existem, ainda, livros impresso na Coréia, com caracteres móveis, cerca do ano 1330. 
          Agora, pelo que diz respeito à arte tipográfica do ocidente, já está pacificamente reconhecido por certo que ela nasceu na Alemanha, lá pelo ano de 1450, e que dali passou primeiro para a Itália, depois Suíça, França, Holanda e Bélgica. 
            O mérito da invenção, considerada a mais importante para o progresso da civilização, é atribuído a João Gensfleisch, mais conhecido pelo sobrenome materno GUTEMBERG, nascido em Mongúcia, cerca do ano 1400. 
               Gutemberg, hábil fabricante de espelhos, devido a um revés da fortuna, emigrara para a holanda, a fim de começar vida nova.
               Certo dia, vim um artesão gravando letras numa pequena tábua. "Se eu recortar todas as letras dessa tabuinha", pensou, e depois as reunir de maneira diferente, poderei compor qualquer palavra, qualquer frase, e até uma página inteira..."
         A primeira ideia de imprensa nasceu assim, e daqui até à sucessiva aplicação de caracteres  móveis ( a princípio de madeira e depois de metal fundido) não se deveria esperar por muito tempo. Resulta, de fato, de documentos e testemunhos, que, em 1439, Gutemberg tinha estado em Estrasburgo, onde, parece, ensaiava as primeiras experiências tipográficas. Cerca de dez anos depois, retornava à pátria e, ajudado por Johaann Füst, começou a imprimir. 
                O primeiro documento tipográfico é uma folha de papel, cujo texto é uma "carta de indulgência" concedida pelo Papa Nicolau V àqueles que haviam contribuído para a Cruzada contra os Turcos. Segue-se o primeiro livro: a "grande Bíblia" conhecida pelo nome de Bíublia Mazarina, a qual já constitui uma obra-prima de arte tipográfica. Mas este livro, terminado por Gutemberg pelos fins de 1455, ou princípios de 1456, precede outro livro impresso, maior celebridade cabe ao Psalterium editado em Mgúncia (Alemanha) em 1447, por Joham Füst e Peter Snöeffer, porque se trata da primeira edição tipográfica que traz impressa a indicação do ano que foi feita e o nome do tipógrafo. 
                  Nesse ponto, devemos acrescentar que outra fonte atribui a invenção da imprensa ao médico Pafílio Castaldi da Feltre (que viveu entre 1398 a 1479). Segundo tal suposição, os folhetos por ele impressos, em 1461, aparecem antes que se tivesse notícia, na Itália, da invenção alemã. Parece, realmente, que só em 1465 o cardeal espanhol Torquemada, encontrando-se em Subianco, convidou para irem visitá-lo, no mosteiro, alguns impressores alemães, que ali compuseram belíssimas obras. Está positivado, todavia, que Castaldi foi o primeiro a exercitar, a serviço da Sereníssima, essa arte na Itália. A península pode gabar-se, portanto, de ter servido de berço aos mais famosos tipógrafos do  mundo, entre os quais cabe o primeiro lugar a Aldo Manúzio, nascido em Bassano, em 1449. Manúzio, verdadeiro príncipe e aperfeiçoador dessa arte, imprimindo, em sua própria oficina, em Veneza, maravilhosos volumes, compostos com caracteres de sua criação, denominados, ainda hoje, aldinos, derivados do nome do inventor. 

Os processos de impressão
                Já vimos que o vocábulo imprensa é sempre mais comumente empregados para definir indiferentemente, vários processos de impressão, tais como aqueles sobre tecidos, madeira, couro, metal, etc., ao passo que se deveria empregar, em cada um destes casos, termos mais apropriados (calcografia, litografia, xilografia etc). A arte de imprimir, real e própria, é aquela que se explica com duas bem distintas preparações; a composição e a impressão. Em cada tipografia, seja particular Isto é, de proporções reduzidas) ou industrial, existem duas seções separadas: aquela para a composição (a cargo dos linotipistas e tipógrafos) e aquela da impressão ( a cargo dos impressores).  A composição é feita, em alguns casos, ainda em nossos dias, a mão e, em outros, a máquina. Na composição manual, são empregados tipos obtidos, geralmente, com uma liga metálica, composta de chumbo, antimônio e estanho. Os caracteres, mais comumente chamados tipos, (isto é, modelos de letras avulsas) são móveis. Além das letras singelas, os tipos compreendem, também, os números isolados, os sinais de pontuação e os chamados espaços tipográficos, os quais servem para espacejar palavras, e os brancos, que servem para distanciar as linhas entre si e enquadrar a  composição. Os tipos, que são fundidos nas respectivas matrizes, podem ser de várias espécies, ou seja, de várias formas, tamanho e espessura, mas cada série consta de uma coleção completa de caracteres, que garante a uniformidade de uma determinada impressão. os tipos são produzidos por fábricas especializadas, chamadas Fundições de Tipos. Cada tipo consta de um minúsculo bloco retangular, bastante alongado, e que, sobre uma extremidade chamada "olho" trás, em relevo, uma letra em sentido inverso ao normal para que, uma vez impressa, se possa lê-la no sentido exato, ao passo que a outra extremidade se denomina . (Dê uma olhadinha no carimbo de borracha, que é muito comum e certamente voc~e tem em casa, e assim ficará mais fácil entender.) Num dos lados, se encontroa uma minúscula cavidade que serve ao compositor para reconhecer o verso, assim que todos os tipos estejam voltados para o lado certo. 
               O operário compositor apanha, com o pólice e o índice da mão direita, da caixa de tipos, as várias letras de que precisa para formar as palavras. Estas, convenientemente espacejadas, formam uma linha. O comprimento ou exatidão de cada linha é estabelecido com precedência e calculado em "pontos". Mais linhas, regularmente distanciadas e postas em colunas, constituem a composição que deverá, a seguir, ser impressa no papel. Uma máquina apropriada lhe servirá, depois,para corrigir os erros eventuais (gatos) para o que extrairá da composição os tipos erradamente inclusos ou de cabeça para baixo, e os substituirá por aqueles certos. 
                  A composição feita baseada no texto original, que deve ser reproduzido e impresso. Executada a composição, o trecho, estreitamente ligado com barbante, para evitar que as letras fiquem fora de lugar, é colocado no "tira provas", ou seja, um quadro de ferro, que os conserva bem apertados. este, devidamente aplainado, é coberto de tinta por um rolo adequado; em seguida, sobre a composição, se coloca uma folha de papel coberta por um papelão, exercitando sobre o tira provas uma impressão por meio de um segundo rolo, se obtêm a primeira impressão de prova, que serve para controlar o acerto da composição. Sobre a base da prova é feita a primeira revisão. Faz-se uma segunda prova, sobre a qual será feita segunda revisão, nem sempre definida. 
                Evidentemente que a composição manual resulta mais apurada, mas também mais longa e custosa, e por isso é intuitivo que, depois do advento da compositora mecânica, a indústria da imprensa se tenha voltado para esta, reservando o trabalho manual para a composição de poucas linhas ou para publicações de luxo. As compositoras mecânicas são de dois tipos: uma que, simultaneamente, compõe e funde linhas inteiras escritas, e outra, que funde os tipos móveis e imediatamente depois compõe as linhas com tais caracteres. A primeira, indo pela ordem de tempo, e a linotipo, aquela que revolucionou a impressão tipográfica. Até 1882, tinham sido registradas patentes para compositoras mecânicas (a primeira patente invenção tinha sido concebida a Leroux, em 1843, por uma ideia rudimentar de compositora de fusão de tipos) realização, porém nunca alcansou sucesso. Em 1886, um jovem emigrado da Alemanha, Ottomar Mergenthaler, então com trinta e dois anos de idade, realizou sua primeira experiência nas oficinas da Tribune, de Nova York. Ele bateu sobre o teclado da máquina que, após um ronco e um estalo, deixou cair um minúsculo e brilhante lingote de metal, quase da largura de uma coluna de jornal, no qual se viam oito palavras.O editor da Tribune esclamou, com entusiasmo: "A line o Type!" (uma inteira linha impressa) frase com que foi batizada aquela portentosa máquina. 
          Na realidade aquele milagre custara anos de estudos e de trabalho. Em 1867, Mergenthaler conhecera, em Baltimore, onde trabalhava numa fábrica de instrumentos de precisão, um indivíduo que, para seus trabalhos de copista, adquirira uma máquina litográfica (baseada na reprodução da escrita, uma chapa de pedra) isso sugeriu a Mergenthaler a ideia de que seria possível construir uma máquina de escrever que, imprimindo as letras em papelão, produzisse um modelo, sobre o qual, derramando-se metal fundido, se poderia formar uma linha de composição. 
                   Mergenthales, mesmo levantando muitas objeções quanto aos defeitos de semelhante sistema, pôs mão à obra e, durante dois anos, continuou a realizar experiências e a desvendar vários projetos, sem encontrar algum que o satisfizesse. Improvisadamente, teve uma grande ideia; ao invés de papelão, passaria a usar um modelo de metal, pondo-o em contato com uma liga de chumbo para formar os caracteres. 
              Mais dois anos de estudos, e a máquina chegou a alcançar um notável grau de perfeição, mas somente no ano 1886 ele pode sentar-se diante do teclado de sua criação que, naquela época, qualquer pessoa poderia chamar de "máquina pensante". Cada uma das noventa teclas comandava um tubo vertical onde se encontravam armazenados tipos de determinada letra, libertados cada vez que o teclado era premido, corriam ao longo de uma linha e iam formar, regularmente, a linha de composição. Neste ponto o metal fundido coava com uma fresta sob os moldes, dando lugar subitamente á impressão da própria linha. 
                Então, automaticamente, um braço metálico levantava os moldes para a parte superior da máquina e, afastando-os lateralmente, fazia-os recair cada um no próprio tubo-depósito. Dessa maneira, podiam ser impressas, com rapidez e de modo perfeito, uma linha após a outra. 
                A linotipo de Ottmar Mergenthaler foi, a princípio, combatida pelos tipógrafos, porque executava o trabalho de sete compositores, mas bem cedo se demonstrou bastante providencial, pois deu vida a centenas de indústrias, propiciando trabalho a milhões de operários e empregados. Ela tornou possível, outrossim, maior difusão da cultura, contribuindo para diminuir o custo da impressão. 
                 Em 1889, Mergenthaler criava um modelo aperfeiçoado de Linotipe de 1866, mais veloz e bem mais resistente. E é este tipo de máquina, pouco incômoda e bastante silenciosa, que compõe, até recentemente, a maior parte dos nossos jornais e revistas. 
              O segundo tipo de máquinas atualmente ainda em uso é a Monotipo, que diferentemente da Linotipo, compõe-se de duas partes bem distintas: o teclado e a composição-fundidora. Inventada nos primeiros anos do século 20, pelo americano Tolbert Lanston, ela assinala, realmente, um passo adiante na arte tipográfica, pois, permite a correção da composição, sem que sejamos obrigados a refundir a inteira linha. 
               Voltemos agora às provas de impressão, que foram enviadas ao revisor ou ao autor, para revisão. Precedida a correção definitiva, o chefe da oficina passa o trabalho impresso ao paginador, dando-lhe as instruções necessárias para providenciar o formato regular dos "pedaços" da composição. estes são postos em colunas e distribuídos na página, com oportunos intervalos e espaços para iluminação, títulos, subtítulos e eventuais frisos ou molduras, segundo o desejo do cliente ou o modelo fornecido pela redação, quando se trata de jornal ou revista. 
                Agora, vamos a um olhar retrospectivo nas primeiras máquinas de impressão. A prensa de madeira, a mão, criada pelo próprio Gutemberg, ao qual foi sugerida a ideia ao ver um espremedor de uva, pontificou, com sucessivas, mas não muitas modificações, por mais de três séculos. 
               Em 1805, o editor do grande diário londrino "Times" convidou dois mecânicos alemães, o Koenig e o Bauer, para estudarem um novo tipo de máquina, que tornasse mais célere  o trabalho de impressão. os dois atiraram-se à obra com o maior empenho, e a primeira impressora foi inaugurada, com êxito, em 1811. Ela sofreu novas e várias modificações, que a tornaram bastante apreciável, Koenig e bauer voltavam para a Alemanha e abriram, nos locais de um antigo convento bávaro, a primeira fábrica de máquinas impressoras. E foi dessa fábrica que saíram, também, as primeira impressoras a cilindro. Ainda hoje a firma Koening & Bauer é uma das mais importantes do mundo, quanto à produção de material tipográfico.
                   Atualmente, as máquinas para impressão tipográficas  são de múltiplos modelos, dos quais daremos aqui uns leves traços. 
             Suponhamos agora que uma folha, por exemplo, um manifesto deva ser impresso somente na face anterior. Nesse caso, bastará preparar uma única forma, que imprimirá apenas a página desejada. Este tipo é muito usado nas tipografias pequenas, porque serve unicamente para impressos de uso corrente (ou para cartas, envelopes, listas, manifestos etc.) A mais simples é a denominada platina, de um plano, em que é colocada a folha de papel para impressão. esta se fecha como um livro sobre a composição e torna a abrir-se, para permitir a extração da folha impressa. A composição é novamente banhada de tinta, por meio de rolos, que recebem a tinta de um disco de metal ou de um cilindro de ferro e a redistribuem sobre os tipos, antes da impressão de cada folha. 
              Quando uma folha, ao invés, deva ser impressa em ambas as faces, para não ser passada duas vezes pela impressão, empregam-se máquinas capazes de conter as duas composições, isto é, aquela da face anterior (verso) e aquela da face posterior (anverso) . Estas máquinas são usadas especialmente para a impressão de livros (máquinas planas ou cilindro).
             Há vários tipos de máquinas a cilindro. As modernas são aquelas de carrinho, para grandes formatos. Nestas, a composição, devidamente entintada, corre para cima e para baixo, num plano horizontal, imprimindo as folhas que são postas em contato com ele, e enrolando-as em torno de um cilindro fixo á medida que o "pega-folhas" as retira. 
                As máquinas para imprimir em várias cores diferem das demais, quanto à estrutura, por isso devem ser consideradas máquinas múltiplas. Nestas, a composição é dividida em dois ou mais blocos separados, cada um dos quais é umedecido com tinta da cor desejada. Estas máquinas permitem poupar tempo na execução do trabalho, porque, imprimindo sucessivamente, na mesma folha, as várias partes diferentemente coloridas, evitam ter que repassar diversas vezes a folha na máquina, para cada cor. Em tal modo, conseguem-se todos os efeitos desejados, alcançando, além disso, uma alta precisão (máquinas planas para duas cores).  As máquinas rotativas, finalmente, constituem um tipo de máquina que serve para tiragem rápida de jornais ou revistas de grande difusão. tais máquinas ocupam um lugar especial no grande conjunto da técnica tipográfica. De fato, para imprimir nas rotativas, a composição não é executada com características móveis, mas segundo o sistema de estereotipia. Trata-se de um processo um tanto simples. Sobre macios cartões, são impressas, a forte pressão, as páginas da composição. Obtêm-se, assim, as matrizes, chamadas flans, sobre as quais é derramado o chumbo derretido. Conseguem-se, então, páginas de composição de uma só peça e de espessura de cerca de 5 milímetros, que, montados em blocos de alumínio, servem para imprimir. Estes cilindros, entintados pelo sistema contínuo, giram incessantemente sobre o papel (contido numa espécie de bobinas enormes), que é celeremente levado a contato com eles. Obtida a impressão, as folhas são mecanicamente cortadas e dobradas na maneira desejada. O jornal está feito!
                O título de qualquer publicação faz parde desta. E nenhum periódico se pode publicar sem que todos os seus números insiram, bem no alto da primeira página, os nomes do diretor, editor e proprietário, indicação da sede da administração e do estabelecimento onde foi impresso. 
               E, nos países livres, a todos é lícito manifestar livremente seu pensamento, por meio da imprensa. 
             Esta é a história da imprensa, linguagem viva e universal, porque difunde de um canto a outro do globo o pensamento, as idéias e  os conhecimentos humanos. Ao operário e ao seu humilde prelo, cabe, portanto, o privilégio de serem erigidos a símbolo da moderna civilização. 
             Existem ainda outros processos empregados na imprensa, tais como a Litografia, ofsete,etcf., mas desses falaremos oportunamente. 

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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A HISTÓRIA DA ESCRITA E CIVILIZAÇÃO




Escriba - escritor.

                 A história escrita tem pelo menos 6 mil anos. Durante metade desse período o centro dos negócios humanos, ao que sabemos, foi o Oriente Próximo. Por essa expressão aqui significamos todo o sudoeste da Ásia ao sul da Rússia e o do Mar Negro, como também o oeste da Índia e do Afeganistão e do Egito. A agricultura e o comércio desenvolveram-se nesse palco fervilhante de populações, e também o carvão e o carro, a cunhagem de moedas e as letras de crédito, as artes e as indústrias, a lei e o governo, as matemáticas e a medicina, o calendário, o relógio e o zodíaco, o alfabeto e a escrita, o papel e a tinta, os livros, as bibliotecas e as escolas, a literatura e a música, a escultura e a arquitetura, a cerâmica vidrada e o belo mobiliário; também a poligamia, os cosméticos e a joalheria, o xadrez e os dados, o jogo da bola e o imposto sobre a renda,  as amas de leite e a cerveja.  É donde as culturas europeias e americanas derivam, via Grécia e Roma. os arianos não criaram a civilização - tomaram-na da babilônia e do Egito. A Grécia não começou a civilização - herdou-a, foi o receptáculo de três milênios de arte e ciências trazidos do oriente Próximo pelo comércio e pela guerra. Portanto, o povo do Oriente Próximo foi o grande fundador da civilização ocidental.
            De fato, para fazermos justiça ao falar em civilização, precisamos nos curvar à sabedoria sumeriana a quem muito devemos. 
              Em meio a muitas lutas, essas variadas cepas raciais misturavam-se inconscientemente, talvez involuntariamente,  e cooperavam para produzir a primeira grande civilização da história, e uma das mais criadoras e originais. 
            A eximação (excluir, ausentar) dessa esquecida cultura é um dos romances da arqueologia. Para os gregos, romanos e judeus era desconhecida. O próprio sábio Heródoto não a menciona. Berosio, historiador babilônico de 250 a.C., entreviu a Suméria sob um véu de lenda. Descreve-lhe o povo como uma raça de monstros, chefiada por um Oannes (sábio que veio para civilizar) vindo do Golfo Pérsico, que introduziu a agricultura, a metalurgia e a escrita; "todas as coisas que melhoram a vida", diz ele, "foram introduzidas por Oannes, e desde esse tempo nenhuma outra invenção apareceu". Em 1850 Hincks admitiu que a escrita cuneiforme proviera dum povo de língua não-semita; e Opperet deu a esse hipotético povo o nome de "Sumérios". Por esse tempo Rawlinson encontrou, nas ruínas de Babilônia, tabletas com vocabulário da língua sumeriana, com tradução interlinear em velho babilônio. Em 1854 dois ingleses descobriram o sítio de "Ur", Eridu e Urik; e exploradores franceses revelaram os remanescentes de Lagash, com tabletas em que vinha a história dos reis sumerianos. Há pouco tempo o americano Woolley e outros exumaram a cidade de "Ur", em que os sumérios alcançaram alta civilização em 4.500 a.C.  Os trabalhos continuam e é de esperar que a exumação da Suméria se aproxime, em proporções, da do Egito - tão opulenta em achados. 

A escrita
              Sem dúvida, o mais importante passo para a civilização foi a escrita. Fragmentos de cerâmica da era neolítica mostram linhas pintadas que os estudiosos interpretam como sinais. Achamos a interpretação bastante duvidosa; mas é possível que a escrita começasse com marcas na argila mole, para identificação do produto. Nos primitivos hieroglifos da Sumeriana pictografia de pássaros mostra sugestiva semelhança com a decoração também de pássaros da antiga cerâmica de Susa, em Elam; e mais antiga representação pictográfica do grão vem diretamente da geométrica decoração granária dos vasos de Susa e da Suméria. A escrita linear da Suméria (3.600 a.C.) é aparentemente uma forma abreviada dos sinais e pinturas da primitiva cerâmica da Mesopotâmia e de Elam. A escrita, como a pintura e a escultura, foi na origem um produto de cerâmica; começa sob a forma de desenho e gravação, e o material do oleiro, do escultor e do construtor, passa a ser usado pelo escriba. Destes começos à escrita cuneiforme da Mesopotâmia, o desenvolvimento aparece lógico e intangível. 
               Os mais velhos símbolos gráficos são os que Petria encontrou nos vasos e pedras dos túmulos pré-históricos do Egito, Espanha e do Oriente Próximo, aos quais ele dá a idade de "sete mil anos". Esta "Sinaria mediterrânea" compunha-se de trezentos sinais, pela maioria os mesmos em todas as localidades. Não passavam de marcas mercantis - Marca de propriedade, de quantidade e outras; não eram letras, mas representações de palavras inteiras ou ideias, muitas se assemelham extraordinariamente à letras do alfabeto fenício. Conclui Petrie que nos tempos primitivos um vasto corpo de sinais foi gradualmente entrando em uso para vários propósitos. O comércio os espalhava de terra em terra... até que um conjunto de doze sinais triunfou e se tornou propriedade comum dum grupo de comunidades mercantes, enquanto outros permaneceram e por fim desapareceram. Que esta "sinaria" foi a fonte do alfabeto e isto  constitui uma interessante teoria, que o professor Petrie tem a honra de sustentar sozinho.
               Qualquer que tenha sido o desenvolvimento dos primeiros símbolos comerciais, deles saiu uma forma de escrita, ramo do desenho e de pinturas, destinadas a transmitir ideias por meio de representações gráficas.  Os rochedos do Lago Superior ainda conservam restos das rudes pinturas com que os índios americanos orgulhosamente narravam a travessia do grande lago. Uma similar evolução do desenho em escrita parece ter ocorrido no mundo mediterrâneo no fim da idade Neolítica. Em 3.600 a. C.ç, e talvez antes, Elam, Suméria e o Egito desenvolveram um sistema de símbolos, ideias ou "hieroglifos", assim chamados por serem de uso sacerdotal. Sistema similar aparece em Creta em 2500 a. C.  Veremos adiante como estes hieroglifos, representando ideias, foram, pela corrupção do uso, esquematizados e reduzidos a silabários, isto é, a  uma coleção de sinais indicando sílabas; e como, por fim, os sinais passaram a indicar apenas letras, ou o som inicial da sílaba. Tal escrita alfabética data de antes de 3.000 a.C., no Egito, e em Creta aparece apenas em 1600 a.C.  Os fenícios não criaram o alfabeto, mas apenas espalharam-no; levaram-no do Egito a Creta e outros centros do Mediterrâneo. No tempo de Homero os gregos estavam assimilando este alfabeto "fenício", ou aramaico, passando a conhecê-lo pelo nome semítico das duas primeiras letras (Alfa e beta - ou em hebraico, Alep e Beth). 
               A escrita parece ser um produto de conveniência comercial; aqui e ali a cultura percebe o quanto deve ao comércio. Quando os sacerdotes organizaram um sistema de desenhos com que fixar suas fórmulas mágicas e a isto se restringiram, os seculares, sempre em conflito, ligaram-se por um instante e criaram a coisa mais fecunda para os destinos humanos depois da fala. O desenvolvimento da escrita criou a civilização com o prover o meio de fixar e transmitir os conhecimentos - e só assim a civilização poderia encetar a sua marcha para frente.
                  Os humanos sempre tiveram o desejo de deixar suas marcas para conhecimento das futuras gerações. 
                  O homem pré histórico figurou, com desenhos mais ou menos rudes, executados nas paredes das cavernas, suas caçadas, seus combates, seus ritos. Estes desenhos foram a primeira forma de escrita, que nos transmitiram nossos ancestrais. 
                 Na mente do homem primitivo surgiu vivo o desejo de deixar aos pósteros, os traços de sua passagem pela vida terrena e, então, ele recorreu aos símbolos, para descrever os fatos mais importantes da sua existência e, a pouco e pouco, encontrou na escrita, o meio mais adequado de expressão. 
                 Quando os egípcios descobriram a possibilidade de escrever nos papiros, deram início a uma nova forma de escrever, mais simples e mais rápida: a escrita hierática. 
                Muito fraca, de fato, é nossa memória, para que a ela se possa confiar a veracidade dos fatos, das nossas ideias, de nossos sentimentos. Entretanto, comunicar com os homens que vivem em nossa época e que viverão depois de nós, vencer o tempo e a distância, dando forma duradoura ao pensamento, é uma das necessidades que, em primeiro lugar, se manifestou nos homens. O miraculoso prodígio, que fez com que os mortos sobrevivam na recordação dos vivos e que os distantes se aproximem, transpondo a barreira do tempo e do espaço, foi conseguido pela escrita. Nós, homens modernos, que desde tanto tempo possuímos o segredo de escrever, na forma mais exata, aquilo que sabemos dizer, não podemos deixar de sentirmo-nos, ao pensar nos primeiros homens que se empenharam na busca de uma forma de escrita e no trabalho daqueles antiquíssimos ancestrais nos parece heroico e benéfico ao mesmo tempo. O homem primitivo, para traduzir de maneira indelével o próprio pensamento, não escreveu, mas desenhou, nas paredes das cavernas, nas rochas expostas á intempéries, nas lajes de pedra dura, ele representou, por meio de um desenho mais ou menos rudo, os fatos mais importantes de sua vida; suas caçadas, seus combates, seus ritos; em seguida, aos poucos, firmou-se em sua mente a ideia de transcrever tais fatos de maneira mais rápida e mais concisa. Seu cérebro, nesse ínterim, já evoluíra, sua linguagem se enriquecera notavelmente e muitos pensamentos agora  já se podiam representar com apenas símbolos. Para significar "manhã", por sexemplo, desenhou um sol radioso;para exprimir a ação de comer, serviu-se da figura de um homem levando a mão à boca;para dizer "nada", representou um homem de braços abertos, e para dar maior clareza ao próprio pensamento, não lhe era mais preciso representar a cena inteira, mas sim, apenas indicar o gesto do homem numa certa circunstância. Poucas figuras bastavam, assim, para transmitir uma narrativa, para sugerir os versos ao cantor, ou para ensinar ao caçador as operações que deveriam ser executadas durante a caçada. Depois, também esta forma de escrita mudou, tornando-se ainda mais rápida e complexa; para escrever "caminhar", por exemplo, não foi mais necessário representar um homem andando, mas apenas desenhar um pé; a princípio, fiel ao verdadeiro, e, depois simplificados, isto é, estilizado. 
          As grande civilizações da era antiga usavam  este tipo de escrita !simbólica"; empregaram-na todos, Chineses, Sumerianos, Hititas e Egípcios, embora os sinais por eles usados fossem diferentes, porque diferentes era sua linguagem e o material empregado para escrever e sobre o qual escrever; Os Sumerianos e os Assírios, por exemplo, a diferença dos Chineses e dos Egípcios, em pleno florescer de sua civilização, Confiaram suas memórias à pedra e a certos tipos de argila, secos ao sol ou cozidos ao fogo, e inventaram, portanto, a escrita "cuneiforme", própria para ser "incisa" na pedra. Os Egípcios, ao invés, quando descobriram a possibilidade de escrever em papiro, modificaram sua escrita de "hieroglifos", própria também para a pedra, e deram formas a um novo processo, mais simples e rápido: a escrita "hierática". A escrita hieroglífica surgiu, no Egito, entre os VI e IV milênios a.C.; antes também os Egípcios representavam o homem, suas ações, os animais e os vegetais, de modo bastante real; em seguida, recorreram aos símbolos e, mais tarde, foram além, dando o primeiro passo para a escrita fonética, ou seja, aquela que usamos. Eis um exemplo que explicará isso melhor; para simplificar "casa", um homem primitivo esforçar-se-ia por desenhar uma casa; o egípcio não traçou uma figura semelhante à casa, mas estabeleceu um sinal que indicasse,porém, (em artigo egípcio = casa). Como os Egípcios não usavam sinais para as vogais, mas somente para as consoantes, este sinal ficou tendo o valor de "pr". Necessitando de escrever outras palavras que indicassem ou contivessem o grupo "pr", o Egípcio recorreu ao símbolo que, antes, indicava apenas a palavra "casa", até obter o "som" da palavra desejada. Com os Egípcios, chegou-se por, a uma escrita composta de sílabas, não em simples consoantes e vogais, como hoje fazemos; o mérito da descoberta do alfabeto cabe a outros povos, talvez ao Fenícios, que o aprenderam, provavelmente, do povo hebraico, e que o ensinamento aos Gregos e aos Itálicos. 
              A escrita chinesa moderna, que conta cerca de 40.000 sinais, é assas semelhante á escrita chinesa antiga. 
                   Os Maias representavam os números desenhando cabeças; cada cabeça representava um número. É de se imaginar o quanto deveria ser complicada uma simples soma. 
                A escrita modificou-se sempre mais, os sinais transformaram-se, tornaram-se mais fáceis, mais claros, mais diferentes entre si, porque os homens logo lhe compreenderam a importância. 
                À amorosa e paciente diligência dos monges beneditinos, na Idade Média, devemos a transcrição e a conservação de numerosas obras literárias da antiguidade. 
               A escrita modificou-se sempre maius, os sinais transformaram-se, tornaram-se mais fáceis, mais claros, mas diferentes entre si, porque os homens logo lhe compreenderam a importância. Na época moderna, na Renascença e  no século XVII, sobre tudo, os homens dedicaram-se, com grande empenho á escrita , este meio tão importante para comunicar e instruir, para transpor os limites que o tempo e o espaço nos impõem. E chegou-se, assim, ao moderno alfabeto, ao nosso tipo de escrita. 
                 Deixar um traço de nossa passagem pela terra, essa necessidade que o homem sentiu e que sentirá sempre, encontrou, na escrita, o meio mais adequado, mais rápido e mais difuso de expressão. 
                 Em nossas escolas elementares, a criança é iniciada nos mistérios, passando, tais como nosso pais, dos sinais mais simples á letras. 

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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

ENTENDA OS FENÔMENOS GLOBAIS DO CLIMA





                 A irresponsabilidade como estamos tratando nosso planeta tem resultado em tsunamis, furacões, chuvas em excesso em alguns lugares e secas em outros, nevascas intensas, calor intenso e outros fenômenos que se intensificam a cada dia. 
               É preciso compreender que existem fenômenos naturais que atual em todo o planeta. 
               Acredito que todos, ou quase todos, já ouviram falar do EL NIÑO  e da LA NIÑA. São os principais fenômenos que atuam sobre a nossa Terra. 
EL NIÑO
                É o nome dado ao fenômeno que ocorre eventualmente nas águas do oceano Pacífico, em que a temperatura superficial do oceano aumenta criando alterações significativas no clima, no regime de chuvas e até na psicosidade (ocorrência de peixes) das áreas litorâneas. Esse nome "El Niño" vem do espanhol e quer dizer "Jesus menino" porque sua ocorrência é mais comum quando estamos próximos do Natal. Junto com o El Niño acontece um outro componente atmosférico conhecido como Oscilação do Sul. É a diferença de pressão do ar entre os lados leste e oeste do Pacífico que aumenta ou diminui. Nos anos de El Niño a pressão na região do oceano perto da Indonésia fica anormalmente alta, enquanto do lado oposto fica baixa. 
              Com o El  Niño os ventos chamados "ventos alísios" - que ocorrem o ano todo nas regiões tropicais - diminuem de intensidade, podendo em alguns casos, até mudar de sentido. A faixa de água quente se estende agora por uma faixa maior do oceano, podendo superar em 5º centígrados a temperatura normal próxima à América do Sul, enquanto desaquece à oeste. 
                A mudança de temperatura no oceano espalha a água pela área equatorial do Pacífico. Com isso, a corrente fria de fundo deixa  ou diminui o ritmo de substituição na costa sul-americana, diminuindo também a ocorrência de ressurgência - afloração de águas mais profundas que sobem à superfície. O aumento da evaporação na área central do pacífico desloca para oeste a "Célula de Walker" - circulação no plano vertical oeste-leste. O ar descendente, que antes atingia a costa do continente, passa a atuar mais a leste, provocando estiagem na Amazônia e, dependendo da intensidade, no Nordeste do Brasil. 

LA NIÑA
                É essencialmente o oposto do El Niño. Os ventos que sopram do oeste do Pacífico ficam ainda mais fortes que o normal. A água quente é empurrada para mais próximo ainda da Austrália e da indonésia. Com isso, uma faixa muito maior de água fria, que em condições normais se concentra perto da América do Sul, se estende ao longo de toda a região equatorial do oceano. Assim como sua contraparte masculina, o fenômeno cria alterações no clima global. Geralmente está associado a menos umidade na costa das Américas do Sul e do Norte e ao aumento no número de tempestades tropicais no oceano Atlântico. A intensidade dos ventos alísios aumenta. A água quente se desloca ainda mais para oeste, até perto da "Linha Internacional de Data" (é uma linha imaginária na superfície terrestre) criando uma grande faixa de baixa temperatura ao longo da região equatorial. Na costa da América do Sul, a água pode ficar 4º centígrados mais fria. 
               Por causa da intensidade do deslocamento da água quente, uma faixa maior de água fria aflora próxima à costa Sul-Americana, aumentando o fenômeno da ressurgência. 
               A "Célula de Walker" continua agindo como em condições normais, mas com muito mais intensidade. 

SITUAÇÃO NORMAL
         O Ventos Alísios, predominantes na região, sopram da América do Sul para oeste, empurrando a água quente superficial, que se acumula próxima à Austrália e à Indonésia. 
              Com a concentração da água aquecida no oeste do Pacífico, a água fria, mais profunda, se desloca em direção ao leste, aflorando perto da costa sul-americana. 
            A mesma concentração de calor oceânica cria circulação conhecida como "Célula de Walker", sobre a Austrália e indonésia formando-se grandes nuvens verticais, e o fluxo de ar segue em altitude até descer próximo á costa da América do Sul. 

Um pequeno dicionário para ajudá-lo entender
  • Ventos Alísios - são ventos que ocorrem o ano todo nas regiões tropicais. Sopram dos trópicos para o equador; são úmidos e provocam chuvas. 
  • Ventos Contra-Alísios - sopram do Equador para os Trópicos; são ventos secos. 
  • Célula de Walker -  é a circulação do vento no plano vertical (oeste-leste) e juntamente com a Célula de Hadley estão entre as mais importantes células da circulação global.
  • Ressurgência - é o afloramento da água que estava no fundo ou na parte intermediária dos oceanos. 
  • Psicosidade - As águas, dependendo da temperatura, podem dar maior ou menor ocorrência de peixes.
  • Linha Internacional de Data - é uma linha imaginária na superfície terrestre que implica em mudança obrigatória de "data" ao se cruzá-la. É também chamada de Linha Internacional e Linda de Data. 

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terça-feira, 19 de novembro de 2019

SOMOS INIMIGOS DE NÓS MESMOS?

Urso polar com fome e à beira da extinção. 




Animais com sérios riscos de extinção. 

 

                 O desafio ambiental é o principal problema com o qual a humanidade se defronta. A fome pode levar o mundo a ferozes conflitos étnicos internacionais e já está provocando grandes migrações que implicam em graves efeitos desestabilizantes na política e na economia mundial. 
               A superpopulação mundial precisa de muito alimento. Assim, destroem-se as florestas para plantações industriais e pastagens para o gado e outros animais de corte. Além disso, a forma de vida que incentiva o consumismo, só visa o lucro rápido e fácil. Mas as consequências já estão aparecendo e são dramáticas; segundo os cientistas são irreversíveis tanto para a humanidade como para o ecossistema. 
                Nas últimas três décadas  foram sendo registrados aquecimentos crescentes de toda a superfície da  Terra. Isso não acontecia até 1850. No Hemisfério Norte o período mais quente dos últimos 800 anos aconteceu entre 1983 e 2012, data dos últimos cálculos científicos. No período de 1880 a 2012 o aquecimento médio global combinado da "Terra e os Oceanos" foide 0,85 graus Célsius. 
               O problema fica mais evidenciado na Groenlândia e na Antártica, cujo aumento no nível do mar foi de 19 centímetros no período de 1991 a 2012. É um número bem maior do que o registrado nos últimos dois milênios. 
                 O relatório dos pesquisadores indica, também, que está havendo uma acidificação dos oceanos em 26%, comprometendo todo aquele ecossistema; isso aconteceu por causa da apreensão de gás carbônico da atmosfera. 
                  No período de 2000 a 2010, para gerar energia se queimou muito combustível fóssil e eles foram responsáveis por 47% de toda a emissão global de gases e criaram o efeito estufa artificial que já não estamos conseguindo controlar. O planeta está se tornando uma estufa insuportável.
                As embalagens plásticas utilizadas pela indústria para vender seus produtos, aliado à irresponsabilidade dos consumidores, está criando um vilão incontrolável. Bilhões de embalagens descartáveis, garrafas plasticas e outros produtos são despejados diariamente nos rios e córregos em todo o mundo. A água, que é um produto natural, é vendido em bilhões de garrafas de plastico. Todo esse material caminha para os oceanos, acidificando e plastificando suas águas. 
               A sociedade civil desempenha um importante papel na modificação do modo de pensar das pessoas e no exercício de pressão política em benefício da ecologia. 
             É preciso que cada um se conscientize de que também é culpado pelo desequilíbrio ambiental e responsável pelo nosso próprio futuro e o de nossos filhos. 
               A dura realidade da pobreza realça o fato de que a quantidade de produção de riqueza pelas nações está se mostrando insuficiente para atender ao crescimento desenfreado da população humana. 
            Há um limite para o crescimento econômico que já foi ultrapassado há muito tempo. O mundo não pode continuar crescendo indefinidamente para garantir trabalho a todos os novos habitantes da terra. Apesar disso, nada está sendo feito de concreto para diminuir o número de nascimentos, principalmente entre as classes menos favorecidas e desorientadas. Não se trata de controle de natalidade, mas de orientação educacional e planejamento familiar sério. É desumano não conscientizar com educação que realmente mostre o que está acontecendo. A continuar com está, infelizmente, só a fome irá unir o planeta na busca de uma solução. 
              Nos últimos cinquenta anos o mundo civilizado viveu o glorioso ciclo do consumismo, permitindo o incremento do comércio internacional e o avanço tecnológico. Os governos não se preocuparam se este modelo ampliaria a emissão excessiva de CO2. Ao contrário, a economia buscava acelerar o ritmo de crescimento, destruindo a natureza para produzir bens supérfluos e alimentos para quem pudesse pagar. 
              Silenciosamente, o mercado de capitais abandonou sua legítima função de auxiliar o setor produtivo para substituí-lo. Os Estados Unidos e a Europa se preocuparam em produzir capitais fictícios, em cima da criatividade de papéis no mercado, enquanto países em desenvolvimento como a China e a Índia produziram uma enxurrada de quinquilharias sem o menor compromisso com a sustentabilidade. O Brasil dedicou-se a destruição de suas florestas para exportar alimentos e produtos de mineração extrativa. Grande parte de nossas florestas foi destruída para dar lugar a pastagens e hidrelétricas. Cabe aqui lembrar que o gado é um dos maiores emissores de gases prejudiciais à camada de ozônio, que provocam o aumento do efeito estufa. 
             A fome e o sofrimento dos menos favorecidos já estão anunciados. A escassez do petróleo fácil, combinada a uma alta de preços dos alimentos e o aumento da população mundial, estimada em mais de oito bilhões de pessoas na metade deste século, com média de 75 anos de expectativa de vida, inevitavelmente levará o mundo à incontrolável fome. Agora, mais do que nunca, as pessoas estão deixando a zona rural e imigrando para os centros urbanos. O simples fato de não poder transportar petróleo e alimentos para as cidades, em poucos dias, resultarão na fome e consequente morte da população. Esta situação irá estabelecer uma nova forma de economia. O aquecimento global provocará grandes perdas de safras. O setor produtivo será compelido a se adaptar a uma nova matriz energética e certamente a agricultura privilegiará os pequenos produtores rurais e seus métodos de cultura mais sustentáveis. Mas, a produção de alimentos não se ampliará. 
               A humanidade se encontra em nova esfera de conhecimento e precisa urgentemente transformar países em sociedades "bio civilizadas". O caminho será a redução do consumo de energia por meio de uma mudança radical nos padrões de consumo e de estilo de vida; melhoria da eficiência energética e substituição dos combustíveis fósseis pelas energias solar, eólica, marinha e biomassa. 
                  Se quisermos nos salvar, precisamos salvar o nosso planeta. Esse deve ser o desafio comum a todos os governos, ás comunidades econômicas e à sociedade civil e científica. Só o Estado pode impor o respeito às normas e aos padrões ecologicamente corretos, sem os quais as tentativas de se enfrentar as mudanças climáticas serão inúteis. 
               Os criminosos ambientais são beneficiados por brandas leis que nunca punem. É preciso rigor e seriedade para que realmente cumpram as penas a que foram condenados. O que hoje vemos são criminosos livres que impunemente continuam praticando os mesmos crimes ambientais pelos quais já foram condenados várias vezes. 
             Ainda há tempo, mas precisamos agir logo. Poderemos ser salvos se levarmos a cabo as mudanças que nos conduzirão a uma sociedade mais durável do ponto de vista ambiental, econômico e social. Mas, se não seguirmos a cartilha da sustentabilidade e de modo urgente, correremos o risco de sermos os responsáveis pela nossa própria extinção. 
Faça a sua parte - Antes de comprar alguma coisa, pergunte se não pode viver sem ela.


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