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domingo, 15 de março de 2020

HISTÓRIA DO SERVIÇO POSTAL



                Na Idade Média, o "correio do rei" cavalgava velozmente pelas estradas escarpadas e tinha sempre precedência sobre os demais viajantes. 
              O soldado de Maratona foi enviado a Atenas e correu até cair morto às portas da cidade no ano 490 a.C., após haver anunciado a vitória de Milcíades sobre os Persas; foi a primeira e mais gloriosa vítima do Serviço Postal.
                O "uniforme" dos antigos carteiros chineses, chamados "homens fortes", era constituído de uma lanterna e de uma sombrinha, adornada de campainhas. 
             É indiscutível que uma das primeiras necessidades do homem foi a de poder comunicar-se com seus semelhantes, quando longe destes. Mas, entre os vários povos da Antiguidade, Assírios, Babilônios, Egípcios, não se sabe a quem atribuir a iniciativa de uma primeira e regular troca de correspondência. 
               Na África primitiva, os negros, para comunicar-se entre si ou transmitir sinais de guerra ou de caçadas, empregavam o tantã, que percutiam ritmicamente com as mãos. No profundo silêncio da floresta, o tantã possui um som sinistro e sugestivo. Os indígenas ainda utilizam a fumaça para comunicar-se. 


            Pode-se afirmar, com certeza, porém, que há mais de dois mil e quinhentos anos, já existia uma organização dessa natureza. De fato, durante escavações efetuadas no Egito, no século IXX, foram encontrados invólucros de argila, contendo correspondência permutada entre os Faraós do Egito e os Príncipes da babilônia e Mesopotâmia.
                 A respeito dos  Gregos, há poucos testemunhos de sua organização postal, o mesmo não acontecendo, entretanto, com os Romanos, dos quais sabemos como um Serviço Postal, denominado "Cursus Públicus", foi aperfeiçoado pelo Imperador Augusto, que pôs na chefia do mesmo o Prefeito do Pretório, o qual, coadjuvado por vários Magistrados, era responsável pela eficiência e celeridade do serviço. 
              O "Cursus Públicus" era organizado por mensagens a pé e a cavalo, dispostos em varias distâncias, nas estradas de comunicação, junto a repartições adrede (de propósito) construídas e ali se desenvolvia o serviço semelhantemente ao jogo de estafetas. 
               Na Europa, depois do ano 1000, após a queda do Império Romano e cessadas as invasões dos bárbaros, firmou-se, no campo postal, a iniciativa privada. 
                Carlos Magno,  por sua vez, tentara reviver o "Cursus Públicus" dos Romanos, mas sem consegui-lo. Assim, por iniciativa da Igreja, das Universidades e das Associações de Comércio e dos Mercadores, nasceu uma organização postal chamada "Serviço de Correios", financiada por particulares. 
               Justamente a uma família de empreendedores privados está ligada, desde essa época, a história deste serviço: os Tasso. Estes oriundos de Bérgamo, especializaram-se na criação de vários sistemas para a permuta de correspondência, conquistando, cada vez mais, fama e notoriedade, chegando até a obter a confiança do Imperador da Áustria, Maximiliano I (1459 - 1519), o qual lhes confiou a exclusividade do serviço em seus imensos domínios. 
         Um descendente dos Tasso, Francesco, uniu-se aos Torriani, outra família de empreendedores postais, formando, assim, a casta Torre-Tasso, que dominou, com sua magnífica organização, o correio em toda a Europa. 
              Também aos Torre-Tasso é devida a iniciativa de um serviço regular, entre Viena e Bruxelas, que estabeleceu as bases dos correios modernos, não só a serviço das autoridades militares, políticas e culturais, mas de todos. Além do transporte da correspondência, os Torre-Tasso iniciaram a expedição de valores; substituíram os postilhões pelos correios e introduziram o uso das diligências. 
             Infelizmente, com o advento das estradas de ferro e navios a vapor, esta grande organização se dissolveu, e alguns países, seguindo o exemplo de outros, entregaram à autoridade do Governo o controle e a iniciativa postal. 
           Desde quando foi introduzido o Serviço Postal à disposição dos particulares, o pagamento da taxa para o transporte e entrega de correspondência era calculado de maneira diferente, que variava em razão da distância, da dimensão e da forma da encomenda e até conforme o número de páginas expedidas. 
             Estas diversidades provocaram muitos inconveniente e, desde 1608, a "Compagnia di Corrieri della Signoria", que tinha a concessão do serviçonas linhas Veneza-Roma e Veneza-Milão, instituiu folhas timbradas, que podem ser consideradas precursoras dos selos. E o exemplo foi imitado, quase duzentos anos depois, pelo pequeno reino da Sardenha e pelo das duas Sicílias; poucos anos antes que o Inglês Rowland Hill, vendo uma jovem recusar uma carta, a fim de não pagar a taxa postal, alegando que não tinha dinheiro disponível. Hil ofereceu-se para pagar, mas a moça chamou-o de lado e disse-lhe, em segredo, que não tinha mais interesse em receber a carta, porque ela o o irmão se correspondiam mediante sinais preestabelecidos no próprio envelope e, portanto já sabia o que havia no seu interior. O inglês estudou o problema em seus mínimos detalhes e teve a ideia de mandar aplicar nas sobre-cartas, pelo remetente, pequenos retângulos de papel, correspondentes á taxa devida, com o que se eliminaram muitos inconvenientes   concebeu, e a seguir realizou, a ideia do selo postal. que está em uso até nossos dias. 
                 Naquela época, na Inglaterra, vigorava o sistema do pagamento de uma taxa postal, por parte do destinatário. 
               Após estudar bem o assunto, publicou-se num opúsculo, lançado à sua própria custa,  pelo inglês Hill em 1837. Naturalmente, não faltaram contraditores e polêmicas, mas a reforma, sobretudo pela tenacidade demonstrada pelo seu idealizador, dois anos depois, isto é, em 1839, foi aprovada e, no dia 6 de maio de 1840 foram oficialmente postos á venda os primeiros selos postais. Dentro em pouco, a inovação foi adotada em quase todos os países do mundo. É importante registrar que o Brasil e a Suíça foram os segundos países a adotar o selos. O nosso primeiro selo foi o famoso, e hoje raríssimo e caríssimo, "olho de Boi", assim chamado pelo seu formato. 
            
            No desenvolvimento desse serviço, muito temos a falar sobre os atos de heroísmo e sacrifícios de anônimos. Desde o pobre soldado, que tanto correu para anunciar aos atenienses  sua vitória dobre os Persas até tombar morto às portas da cidade, aos postilhões das intermináveis planícies das Américas, em perene luta contra os Índios  e salteadores de estradas, que não tinham nenhum respeito pela vida humana. 
               Na China,  conta Marco Polo, nem sempre eram conferidos privilégios e honrarias aos correiros; de um documento, datado de 1408, soubemos, realmente, como na França não podiam dormir pela estrada e eram obrigados a percorrer pelo menos cinco milhas por hora, no verão, e quatro no inverno; ao passo que aqueles a pé tinham a obrigação de percorrer, respectivamente de três a quatro milhas. E, para cada milha percorrida a menos, recebiam como castigo uma cacetada nas costas. 
               Outros carteiros eram verdadeiras agências postais ambulantes, obrigados a carregar às costas caixas de coleta, cestas, ou enormes pastas. Quando algum deles devia atravessar um rio, onde não havia ponte, as dificuldades eram enormes; além daqueles apetrechos, tinham que levar consigo grossas bexigas cheias de ar, para não correr o risco de se afogar durante o nado ou molhar a correspondência. 
                 Aqui no Brasil, é considerado como primeiro correio , ou o primeiro carteiro, Paulo Bregaro, que trouxe a correspondência enviada por D. Leopoldina ao seu marido D. Pedro I, que estava em São Paulo. Foi ao receber tais notícias que o nosso primeiro imperador, às margens do Ipiranga, proclamou a Independência. 
                Pelo interior do Brasil, onde havia o transporte de ônibus, estes faziam a ponte entre os diversos correiros. Quando não havia, este trabalho era feito por tropeiros ou viajantes confiáveis. 
                 Felizmente, os carteiros de hoje não são obrigados a arcar com tantas dificuldades, embora  muitos deles ainda tenham que percorrer mais de 25 ou 30 quilômetros diários a pé ou de bicicleta.
              O processo do Serviço postal acompanhou o da velocidade; uma carta que há cinquenta anos levava, digamos seis dias para ser entregue, hoje o é em poucas horas pelo sistema Sedex. Selos especiais demonstram a urgência solicitada e tais cartas são confiadas a portadores especiais, de bicicleta ou mesmo motorizados. 
              Em 1858, foi inaugurada em Londres a primeira instalação para a Carta Pneumática, baseada num sistema de tubos coligados às agências postais da cidade. Tal sistema ficou em vigor por muito tempo no Brasil, mas somente na Capital federal (Rio de Janeiro). Posteriormente tivemos a correspondência chamada "fono-postal", ou carta falada, que era gravada em cabinas especiais e remetida ao seu destinatário com a maior urgência possível.  Com o advento do Coreio Aéreo, as distâncias diminuíram bastante.  
                Depois tivemos outros sistemas de comunicação como o telégrafo e o telex. 
                Hoje o mundo está todo conectado pela internet  telefones e celulares, mas os correiros, ao invés de diminuir, aumentaram sua importância pelas compras feitas através da internet que dependem dos correiros para serem entregues aos destinatários.

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